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segunda-feira, 4 de junho de 2012

Palestra do autor de “Festa Infinita” encerra o Simpósio de Jornalismo



Evento aconteceu de 29 de maio a 01 de junho no Campus Universitário do Araguaia da UFMT
Depois de quatro dias de palestras, oficinas, minicursos e apresentações de trabalhos científicos, a última noite do I Simpósio de  Jornalismo e Direito foi marcada pela fala do jornalista, escritor de livros como Cama de Cimento e Festa Infinita e produtor do programa Roda Viva, Tomás Chiaverini. Sob o tema “Imersão jornalística e legalidade”, o jornalista compartilhou com o público algumas de suas experiências profissionais, como quando acompanhou uma missão da força aérea, indo de Manaus até a Colômbia, e os processos escolhidos para a apuração de seus livros.
Tomás contou que para escrever Cama de Cimento chegou a dormir uma noite com os moradores de rua e que na apuração de Festa Infinita foi a 10 festas, incluindo a Universo Paralello, e que fez uso do ecstasy, o que lhe permitiu vivenciar realmente o que sentem os participantes das festas raves.
Após a fala de Tomás Chiaverini ocorreu uma mesa de debates mediada pelas professoras Nara Chaves Mourão da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e pela professora Clair Kemer de Melo, da Unirondon. Na mesa temas como o jornalismo literário, a humanização que Chiaverini traz aos seus relatos e como a imersão em um tema pode render ao jornalista reações espontâneas de seus entrevistados, foram apresentados.
Em relação à ética, Tomás revelou que teve um questionamento interno ao escrever Cama de Cimento pela possibilidade de ocorrer a exploração de dor ou desgraça das pessoas.
Finalizando o debate, o escritor confessou considerar um erro ter usado a palavra “entorpecente” na capa do livro Festa Infinita, pelo fato do termo ter sido relacionado diretamente com as drogas, enquanto a intenção era fazer menção ao entorpecente som, a entorpecente “fuga do mundo”, característica das raves.
Encerramento
Ao final da mesa redonda, o Simpósio foi encerrado com o discurso do representante do centro acadêmico de direito, Rodolfo Lôbo e do coordenador do simpósio e professor da UFMT, Leandro Wick Gomes. O professor ressaltou que “onde se cresce é na troca de eventos científicos como este” e que é nesse diálogo que a instituição se fortalece. O Simpósio teve a participação de mais de 500 inscritos.
Após o discurso, foi feita uma foto com cerca de quarenta pessoas que participaram da organização do evento.
Oficinas e Minicursos
Um dos importantes espaços de aprendizagem e diálogo interdisciplinar do Simpósio foram as dez oficinas e minicursos realizados na quarta, quinta e sexta-feira. O estudante de direito das Faculdades Cathedral, Vinicius de Paulo, que participou da oficina de Biodireito e poder judiciário brasileiro, destacou que participar das oficinas é um aprendizado que acrescenta uma experiência nova. “As oficinas acabam fazendo ligação com as palestras que acontecem no evento, isso que é legal”, completa o acadêmico. Ele evidenciou que a oficina contribuiu muito na sua formação, com o conhecimento do sistema jurídico sobre o assunto.  A oficina de Biodireito e o Judiciário brasileiro, ministrada pela professora da UFMT, Larissa Mascaro, evidenciou a temática numa perspectiva crítica e humanista. Paralelamente, aconteceu na quinta-feira a tarde, ministrada pelo professor Deyvisson da Costa, do curso de jornalismo da UFMT, aconteceu o minicurso “Planejamento e Comunicação em Saúde”.  Segundo Nayane da Cruz, 21, do 7º semestre de Direito das Faculdades Cathedral, esta oficina chamou a atenção pela a disponibilidade do professor, sua atuação e domínio sobre o assunto “além da importância da comunicação, no qual devemos ter estratégias para atingir o público pretendido”,
 Na sexta-feira pela manhã, Ademar Adams, jornalista do TRT-Cuiabá,  reuniu estudantes de direito e jornalismo, no minicurso “Como traduzir as decisões judiciais para uma linguagem simples”.  Paralelamente aconteceu a oficina da professora Clair Kemer de Melo, da Unirondon, sobre “Ecocidadania”.
Já os jornalistas Gibran Lachowisck, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e Jonas da Silva trabalharam, na sexta-feira, a prática jornalística, permitindo aos estudantes experimentar a prática em uma redação em tempo real, com as oficinas “Fontes não oficiais: aguçando a sensibilidade” e “Redação em tempo real” .
Quinta-feira o tema foi a comunicação entre o judiciário e a mídia
Na quinta-feira, 31,  a palestra foi ministrada pelo o jornalista Ademar Adams, bacharel em Direito e assessor de Comunicação do TRT 23ª Região (Cuiabá), que relacionou a importância e os limites da comunicação entre  o pode judiciário e a imprensa. Adams destacou alguns pontos da Constituição Federal sobre a Comunicação Social, afirmou que quem tem liberdade de imprensa são os grandes veículos e apontou as dificuldades do profissional de jornalismo e a realidade vivida por ele atualmente. O palestrante estimulou a reflexão sobre a queda da exigência de diploma de jornalista para exercer a profissão. Ademar Adams indagou a platéia: Jornalista pode ser qualquer um? Logo, ele respondeu, dizendo que não e explicou a polêmica acerca da profissão. “As grandes empresas preferem ter profissionais desqualificados, ao invés daqueles que passaram pela academia,”, destaca.
O palestrante ainda ressaltou que o profissional de jornalismo fica em segundo plano. “Vocês que estudam jornalismo são corajosos e a profissão é muito mal remunerada”. Mas crê ainda em uma mudança e na volta do diploma. Durante a palestra, fez um apelo a todos,  para que todos exerçam seu papel de cidadãos, exigindo da imprensa que mostrem a realidade, mandando cartas e e-mails e confessou que sempre está na cobrança. Logo após o encerramento da palestra, os participantes puderam discutir com o palestrante o tema e fazer perguntas. Essa discussão foi mediada pelo professor de Jornalismo da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) Gilbran Lachowski e o jornalista, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso e diretor junto à Federação Nacional dos Jornalistas, Jonas da Silva.
Todas as noites do Simpósio tiveram início com uma apresentação cultural. Na quinta-feira a atração foi a apresentação do Grupo de dança “Pés de Valsa”, com danças de samba e forró. Pés de Valsa é um projeto de extensão do Curso de Educação Física da UFMT, coordenado pelo professor Neil Franco.
 Textos e fotos: Nahida Ghatas, Graciele Soares,  Muryllo Simon e Larissa Ferreira


 
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